quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Eu fico aqui com meus discos dos beatles e um riso perdido no teto do quarto, lendo cartas antigas de amores improváveis, canções com cheiro de passado. Um perfume desbotado que já não impregna mais. Flores secas dentro de um livro, ou um diário antigo que guarda dias antigos. O preto e o branco reconstituindo cenas como em um daqueles filmes que eu gostava de assistir. Um céu azul e as nuvens com seus formatos faziam parte de um quadro. Meu lindo cenário em dias de sol. Mas ouço alguém dizer dentro de mim: - Old times, meu amigo. Já passou...

Pois não vivo se é pra esquecer

vivo pra existir naquilo que já fui.

sábado, 5 de setembro de 2009

Não busco explicações lógicas ou sensatas para descobrir os motivos pelos quais meus olhos se encantaram pelos teus. Apenas sinto e me permito sentir. Desenho cenas e cenários em nossos capítulos imaginários. Poemas escritos em folhas de caderno, taças de vinho que me embriagam de você. Teu corpo colado no meu. Materializo tua voz a me chamar pelo nome. Mãos que se encontram, se conhecem e se casam. A essência do perfume, o perfume e a essência tua, que se confundem em mim. Me entorpece de você. Você, você... Delírio do meu universo abstrato, pintado com as tuas cores. E aqui escrevo, suplicando aos céus, ao tempo, ou qualquer responsável por unir destinos... que amanhã não demore pra chegar. Meu futuro próximo é estar em seus braços.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Perco o controle dos pensamentos que invadem a mente, que me toma por completo e que me faz delirar em minha própria loucura. Ilusão é a que mata minha sede, saciando com idéias pretensiosas que fazem desejar intensamente o que preciso. Imaginação já mecanicamente ativada a dirigir-se àquela direção. É real quando se é abstrato. Nessa bolha que eu criei, formulo as minhas leis.
Meu corpo responde aos comandos criados pelos meus sentidos. Ver, ouvir, falar. Mas ainda falta. É preciso tocar. É preciso sentir com a pele, degustar através das mãos. Escutar através dos poros da textura sólida, a linguagem do seu corpo de mulher. A delicada silhueta feminina que instiga o instinto carnal, misturando-se ao sentimento que oxigena a alma, fazendo ressurgir das cinzas a inocência de um sentir puro e sensível a tudo o que se faz sórdido. Os fios de cabelo longos e macios que dançam com o vento suplicam a carícia dos meus dedos. Perfume de moça é a essência da beleza das flores que vem com a brisa fresca. O cheiro me faz pairar nas nuvens mais altas do céu.
Trago pra mim em sonhos profundos e lúcidos, o sabor de beijos ardentes e cheios de amor. É lá que me encontro. Lá onde você existe. É a minha realidade, a bolha, a minha lei.