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A vez primeira que eu fitei Teresa,
Como as plantas que arrasta a correnteza,
A valsa nos levou nos giros seus...
E amamos juntos... E depois na sala
“Adeus” eu disse-lhe a tremer co’a fala...
E ela, corando, murmurou-me: “adeus”.
Uma noite... entreabriu-se um reposteiro...
E da alcova saiu um cavaleiro
Inda beijando uma mulher sem véus...
Era eu... Era a pálida Teresa!
“Adeus” lhe disse conservando-a presa...
E ela entre beijos murmurou-me: “adeus!”
Passaram tempos... séc’los de delírio...
Prazeres divinais... gozos do Empíreo...
... Mas um dia volvi aos lares meus.
Partindo eu disse – “Voltarei!... descansa!...”
Ela, chorando mais que uma criança,
Ela em soluços murmurou-me: “adeus!”
Quando voltei... era o palácio em festa!...
E a voz d’Ela e de um homem lá na orquestra
Preenchiam de amor o azul dos céus.
Entrei!... Ela me olhou branca... surpresa!
Foi a última vez que eu vi Teresa!...
E ela arquejando murmurou-me: “adeus!”
Castro Alves
E agora é hora de esconder dos meus olhos qualquer “bom dia” teu que me deixe assim, desnorteada, coração confuso e dúvidas que não me calam o sono. Decidi que é um tempo só meu. Me tranquei nesse casulo solitário que me abraça, me devora, e que aos poucos, nesse caos de pensamentos, me conforta. Deixei que você escondesse teus pés debaixo da areia que pregou teus passos já não mais vistos no caminho que estou a percorrer. Guardei também os botões daquela sua camisa desbotada. Aqueles despregados, que encontrei na manhã seguinte por entre os lençóis da cama. Prometo um dia devolve-los.
E me deixe calada. Não interfira o meu silencio, às vezes um tanto obscuro, eu sei, mas um silencio que ajuda a curar os hematomas que costumo colecionar. Por mais que eu esteja encolhida, quietinha, me apertando contra a parede, morrendo de medo de olhar para os lados e não te enxergar, sei que preciso sentir essa solidão ordinária que tanto me aflige. Você sabe que eu detesto mostrar essas minhas fraquezas. Que eu quero mesmo é tentar parecer uma mulher forte e decidida, mas tolos são aqueles que acreditam mesmo nisso. Não é por simples enganação. Não. É pelo desespero da proteção. Meu escudo imbatível que teima em não deixar a mostra as minhas outras máscaras expressadas pelo fracasso.
Vou deixar um guarda-chuva pendurado no lado de dentro da porta. Pode levar porque vai chover e eu não quero que pegue um resfriado. Passei e dobrei algumas roupas que você deixou aqui em casa junto com a sua escova de dente cor-de-rosa que eu escolhi para você naquele sábado a tarde no supermercado, lembra? Pode levar tudo. Isso seria um favor que você me faria. É para que eu não perca muito tempo com lágrimas baratas e frases de auto-consolo enquanto acarinho objetos que te pertencem, já que você não me pertence mais.
Tranque a porta e esconda as chaves dentro do vaso de lírios que você me deu de presente. Aproveite para perceber que elas ainda continuam lindas mesmo depois de você insistir tanto em regá-las excessivamente. Admire-as e se despeça. Elas sentirão a sua falta tanto quanto eu.
E assim você poderá partir. Eu estarei aqui se um dia quiser me fazer alguma visita. Tomaremos uma xícara de café ou compartilharemos um vinho agradável. Quem sabe eu ainda guarde as velhas fotos e cartas, e poderemos relembrar os antigos episódios de nossa história meio sem pé nem cabeça. E faremos cócegas onde hoje as feridas machucam. Um passado esboçado por um amanhã mais feliz.
E te levarei sempre comigo, no abstrato, no consciente interior, mesmo que eu não saiba direito onde ir, que direção seguir.
Me leva também, se você quiser.
Um parabéns
um abraço
um beijo
uma música
uma pintura
uma fotografia
um vinho
um chocolate
uma flor
uma festa
um sorriso
uma saudade
um silêncio.
Um dia só dela.
Porque além de voce ser uma menina com uma flor (na boca, especificamente) você também é borboletamente linda e tem um sorrisinho maroto e sabe que conquistou meu pobre coração que já anda bem fraquinho de vida. Porque além de você ser mais doce que o sonho com recheio de goiaba que eu adoro, você tem uma voz de doze anos e canta feito uma sereia encantadora. Porque além de você ser a menina mais bonita que eu conheço,você adora tomar sorvete segurando um balão de gás hélio na mão, com aquele seu vestido florido e rodado, fazendo pose pra foto em frente à roda gigante com aquela sua cara de paisagem. Porque além de você sussurrar no meu ouvido que quer me ter logo por perto pra sempre, me aperta o peito de vontade de sair correndo pra você pra poder te ver correndo pelo pasto imenso, ou ver você pregando bilhetinhos nos pinheiros. Porque além de tudo isso, você é maravilhosamente única, e por sorte minha, você gosta de mim.__________________________________________________________________________________________________Você é muito mais lindamais linda que tudo nessa vidamais linda por dentropor forade ladode ponta-cabeçade costasde frentevocê é mais linda que a poesia da flormais linda que a formiga ocupada rasgando a folhamais linda que yael naim tocando toxic,ou tiê tocando piano.mais linda que os meus olhos podem vermais linda até que o porquinho-da-índia que eu ganhei quando tinha seis anos.~
fica uma saudade apertada de tudo o que ainda não foi.
Me perdi por aí, por entre as folhas caídas de uma grama verdepor entre esse vento e esse céu laranjado no final da tardeme perdi entre os dias de outonoe já não me encontro mais na inocência de um sorriso qualquer que eu possa notar derrepenteperdi os traços das tuas mãos maciase esse olhar profundo que eu tanto desejava mergulhado nos meusperdi a sintonia corretae os meus sonhos já não voam pra você com aquela frequencia de sempreme perdi em algumas lágrimas desatadasem linhas borradas em cartas que você escreveue o perfume também perdeu-se misturado com algumas frases de adeus ditas num silêncio meu.