sábado, 18 de abril de 2009
Sou minha
Como um sabor de delírio que fulmina com gosto de fel. Onde a incúria dispensa compaixão, penetra tão fundo, machuca. Arde na boca e amarga o final. Final sem começo. Início sem rumo. Como um ar rarefeito que penetra o vácuo, afoga o silêncio, refaz o errado, encobre o pecado, apaga o passado. Êxtase incondicional, extremo, explícito. Harmonia e loucura que se confudem, se completam. Mórbido e estimulante, que contradiz, mas que condiz. Exageradamente inofensiva, insípida , irreversível. É lírio, é lís, é jasmim com espinhos. O ébano de luxo ou o pirata extorquido. Um pierrot de pijamas com lágrimas de tinta barata. O rascunho do molde sem conserto, emendas sem costura. É a imaginação indecente, instigante, reprimida. É aqui, ora é lá. Irritantemente inconstante. Ilusão inocente, frenética e abstênica. Discreta e vulnerável. Fria. É brasa, é fogo. Calor. Sem reflexo, sem sombra, sem outra semelhante. Sou eu, sou só, sou minha.
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3 comentários:
Gostei, você escreve de forma tão suave...
Menina... você realmente escreve muito bem! É tão poética...
Ah! E sobre o comentário lá no blog: Eu gosto muito da Camilla também. Você viu o post anterior sobre o filme que vai lançar no começo de maio no Brasil, o qual ela integra o elenco? Parece muito bom e eu tô doida pra ver!
Bjuxx*
Té +
n posta mais ?
=(
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