quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Escreve cem vezes a mesma palavra na parede. Escreve, escreve, escreve pra que? Pra quem? Pra mim? Não sei, José. Desenha, pinta e rabisca. Escreve nas linhas brancas da tinta. Observo. É bonito. É bonita a escrita. Sem coerência nenhuma. A mesma palavra, só. Um nome? Uma coisa? Um desejo recolhido. Com giz de cera, caneta invisível, preenche centímetros retilíneos. Escreve cem vezes a mesma palavra. Poesia até nas tranças do cabelo comprido. Debruça-se no chão, faz contornos com os dedos. Desenha um sorriso nos lábios e cola na parede. Escreve cem vezes, incansavelmente.

Um comentário:

Cássia Oliveira disse...

Vou contornar seu lábios com os meus dedos e deixar meu sorriso estampado em você. Eu vou, eu preciso. A saudade invade. Algum anjinho vem e me diz e eu digo: eu gosto muito de você.
Flores.