quinta-feira, 8 de julho de 2010

Além

Um dia cheio de mim, na minha mais interna felicidade. O auge de toda delícia em degustar-se da própria existência. Pode parecer narcisismo absurdo ou egoísmo extremo, mas não resumo de forma tão superficial. É muito além de pejorativos formais. É minha inquietude introspectiva que dilacera minha sensibilidade mais aguçada em perceber os detalhes minimalistas camuflados no meio do que é obviamente sensato se notar. Trepadeiras floridas, telefones públicos enferrujados, ou as cores vibrantes do jardim de rosas da senhora que as rega tão cuidadosamente todas as manhãs. Palavras doces que surpreendem, telefonemas especiais e inesperados. E assim foi o decorrer desse dia tão extasiante, uma constante harmonia positiva.

E por mais que existam ciscos de coisas que às vezes incomodam e tentam destruir toda essa calmaria, tento me desprender do desnecessário. E sorrio porque percebo que posso ir mais alem do que acoberta a casca, a superfície seca e áspera. Uma sabedoria que só é encontrada dentro de si. E só compreende quem tem a coragem necessária de saborear o desconhecido, de mergulhar-se.

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