quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Flor bela.


Florbela Espanca nasceu em Vila Viçosa, Portugal, em 1894. Tornou-se poetisa e publicou várias obras, tais como Charneca em Flor (1930), Cartas de Florbela Espanca, por Guido Battelli (1930), Juvenília (1930), As Marcas do Destino (1931, contos), Cartas de Florbela Espanca, por Azinhal Botelho e José Emídio Amaro (1949) e Diário do Último Ano Seguido De Um Poema Sem Título, com prefácio de Natália Correia (1981). O livro de contos Dominó Preto ou Dominó Negro, várias vezes anunciado (1931, 1967), seria publicado em 1982.
Como uma de minhas autoras de preferência, Florbela me cativou pela sua feminilidade ao suavizar as palavras e torná-las mais íntimas. Temas como solidão, desespero, sofrimento, traduzidos em ternura, sensibilidade, me fizeram sentir atraída por seus versos.
Uma Don Juan mulher, que canta suas tristezas no papel, que nos faz apaixonar por seu talento.


"Ando a chamar por ti, demente, alucinada,
Aonde estás, amor? Aonde… aonde… aonde?…
O eco ao pé de mim segreda… desgraçada…
E só a voz do eco, irônica, responde!
Estendo os braços meus! Chamo por ti ainda!
O vento, aos meus ouvidos, soluça a murmurar;
Parece a tua voz, a tua voz tão linda
Cantando como um rio banhado de luar!
Eu grito a minha dor, a minha dor intensa!
Esta saudade enorme, esta saudade imensa!
E Só a voz do eco à minha voz responde…
Em gritos, a chorar, soluço o nome teu
E grito ao mar, à terra, ao puro azul do céu:
Aonde estás, amor? Aonde… aonde… aonde?…"

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